Um dos gases combustíveis usados nos faróis, foi o gás acetileno.
Este gás era usado pelo brilho e brancura da sua chama. No entanto, o seu manuseamento era bastante perigoso quer se tratasse de produção directa, isto é, o aparelho produtor de gás em ligação com o aparelho iluminante, quer se tratasse do acetileno comprimido em garrafas metálicas. Depois de alguns desastres, o gás parecia votado ao abandono, até que o francês Claude descobriu que o acetileno se podia armazenar dissolvido em acetona.
Esta descoberta foi um passo para a utilização do acetileno ainda que o problema não estivesse inteiramente resolvido.
O transporte do acetileno dissolvido dentro das garrafas metálicas revelou-se também perigoso porque no espaço inevitavelmente livre, acima do nível da acetona, o acetileno comportava-se como gás simplesmente comprimido.
Fábrica de gás Acetileno (já desaparecida) - Farol do Cabo da Roca
Cabo da Roca, Sintra, Portugal
Fotografia: Teresa Reis©
Inventou-se finalmente um sistema muito engenhoso que consiste em encher a garrafa destinada a receber o gás, com uma substância porosa que deve obedecer às seguintes condições: ser inerte, compacta, homogénea e resistente. Com este dispositivo, o perigo é afastado. A explosão, ao dar-se, é localizada numa zona muito restrita porque a onda explosiva não pode propagar-se através dos canalículos capilares da massa porosa.
O perigo subsiste desde que a garrafa tenha perdido as suas qualidades, já por um uso demasiado prolongado, em geral mais de quinze anos, já por ter sido submetida a mau tratamento. Os indícios mais comuns são um aquecimento exagerado durante a carga e o ouvir-se pequenos estalidos quando se rola o acumulador pelo solo. Este último facto indica que a massa porosa está fragmentada tendo portanto desaparecido a eficácia do agente de segurança.
Fábrica de gás Acetileno (já desaparecida) - Farol do Cabo da Roca
Cabo da Roca, Sintra, Portugal
Fotografia: Teresa Reis©
Fonte: "Annaes do Clube Militar Naval"
nº 73, 1943
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